Museu de Congonhas: um desafio emocionante
Nossa proposta para o Museu de Congonhas, localizado junto ao Santuário Bom Jesus de Matozinhos, foi a vencedora do Concurso promovido pela Unesco em junho de 2005. O Projeto compõe-se de espaços para exposições de arte sacra, Centro de Estudos da Pedra e Centro de Referência do Barroco.
A realização do concurso é resultado de um trabalho conjunto do Ministério da Cultura e da Prefeitura de Congonhas, com o intuito de criar um centro que possa reunir arte, história, tecnologia e fé.
O conjunto arquitetônico do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, “a Bíblia de pedra sabão” na leitura do poeta Oswald de Andrade, nos convidou a buscar, em nossa proposta, solução para três questões fundamentais:
* Implantação neutra, sem competição volumétrica com o conjunto principal; * Espaços externos e percursos internos claros, amplos e reverentes. A dinâmica dos espaços faz ecoar a dimensão simbólica dos valores que acolhe e apresenta aos visitantes; * O sentido de contemporaneidade afirma no seu tempo uma atitude atemporal de respeito, equilíbrio e harmonia.
A pedra fundamental do Museu foi lançada em novembro de 2009 e a obra, que está sendo financiada com recursos da Lei Rouanet, tem sua execução prevista para dois anos.
De acordo com Jurema Machado, coordenadora da Unesco no Brasil, “Precisávamos de algo que possibilitasse a compreensão da magnitude do que este acervo representa na história da arquitetura e das artes mundialmente reconhecidas, mais até que no âmbito do país. O acervo oferece desafios de conservação e vem recebendo um tratamento continuado e necessário pelo IPHAN e pelo Monumenta”.
O discurso de Pedro Cordeiro, presidente da Fundação Municipal de Cultura (Fumcult), seguiu a mesma linha: “O Memorial representa a oportunidade de desenvolvimento da cidade, porque mexerá com a auto-estima do congonhense. Será referência para a compreensão do processo histórico e da própria matéria-prima do monumento imortalizado”.